Espécie originária do Indo-pacífico é considerada uma ameaça à biodiversidade marinha local.
O Projeto de Manejo do peixe-leão (Pterois sp.) em Fernando de Noronha tem apresentado resultados positivos desde sua implementação em 2021: é o que aponta o relatório parcial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Noronha sobre as estratégias adotadas até o momento. Desde o primeiro avistamento da espécie nas águas do arquipélago, em 2020, foram capturados mais de 100 indivíduos.
As ações previstas no plano de manejo, desenvolvido pela equipe de pesquisa do ICMBio Noronha, contemplam quatro atividades principais voltadas para a prevenção, o monitoramento em áreas que não são acessadas por mergulhadores e visitante, o avistamento e captura do peixe por operadoras de mergulho e, ainda, a coleta de dados dos locais onde a espécie foi avistada.
Na parte de prevenção são feitas atividades educativas e de divulgação científica. Dentre elas a palestra “Peixe-leão: tudo que você precisa saber”, que é ministrada mensalmente de forma gratuita no auditório do Projeto TAMAR para a população local e visitantes da ilha. Também foram realizadas aulas para estudantes da Escola Arquipélago e divulgado informações por meio de entrevistas e materiais em mídias digitais. Além disso, mais de 60 mergulhadores atuantes em Fernando de Noronha receberam curso teórico e prático, de capacitação sobre a espécie invasora, com o biólogo Paulo Bertuol, gestor responsável pelo manejo do peixe-leão em Bonaire, no Caribe. Outros dois cursos foram ministrados pela equipe do ICMBio a 17 novos instrutores de mergulho, fortalecendo a parceria com esses profissionais.
No método de monitoramento e manejo em áreas não acessadas, realizado de forma sistemática pelo ICMBio com apoio de operadoras de mergulho foram feitas 20 operações em 10 pontos distintos e capturados sete indivíduos de peixes-leão. Já com o método de avistamento e captura foram 92 peixes capturados até dezembro de 2022 e oito em janeiro de 2023, em 27 pontos de mergulho. Os mergulhadores também registram informações sobre os locais de mergulho, como temperatura da água, presença de correnteza, profundidade, entre outros que compõem a coleta de dados bióticos e abióticos, que ajudam a entender o comportamento do peixe.
Apesar dos esforços, espera-se o aumento populacional do peixe-leão, pois a espécie invasora ainda está em processo de estabelecimento em Fernando de Noronha. Dessa forma, outras estratégias de manejo podem ser adotadas, como armadilhas direcionadas ao animal e cursos de capacitação com restaurantes e pousadas para o início da introdução alimentar à população.
Histórico do peixe-leão em Fernando de Noronha
Desde 2015 o ICMBio Noronha inclui o peixe-leão em seus projetos de manejo de espécies exóticas, lançando o Plano Emergencial de Manejo e Erradicação de peixe-leão. A partir de 2020, com a confirmação de sua invasão no Atlântico Sul, o plano foi revisado e atualizado para a nova realidade.
Em Fernando de Noronha, o Projeto de Manejo de peixe-leão foi aprovado em outubro de 2021, sendo que medidas emergenciais de detecção precoce e resposta rápida já vinham sendo aplicadas desde o primeiro avistamento.
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