Monitoramento geológico é realizado em praias e trilhas de Noronha em Abril

No total, seis atrativos do Parque Nacional foram vistoriados. Além do Piquinho e Praias da APA

Fotos: Isadora Aires

Seis atrativos do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, além de pontos da Área de Proteção Ambiental (APA), passaram por monitoramento geológico entre os dias 7 e 16 de abril. A ação técnica é realizada trimestralmente e tem como objetivo garantir a segurança dos visitantes em áreas de risco geológico.

A atividade é conduzida pela geóloga e pós-doutora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Joana Sanchez, que há três anos estuda o comportamento das formações rochosas do arquipélago. Segundo ela, o monitoramento no período chuvoso é essencial para prevenir acidentes.

“Tenho todos os pontos marcados e mapeados. Meço algumas fraturas nas rochas, que sei que podem aumentar. Caso perceba alguma mudança significativa, podemos recomendar a interdição da área ou a remoção da rocha, dependendo do tamanho”, explica Joana.

Durante o monitoramento de abril, foram vistoriados os seguintes atrativos do Parque Nacional: praias do Sancho, Capim-Açú, Abreu, Atalaia, Pontinha-Caeira, Baía dos Porcos e Leão, além do Piquinho e outras praias do mar de dentro, localizadas na APA. O ponto mais crítico identificado foi um deslizamento de terra e rochas na trilha Pontinha-Caeira, que já está sob análise para definição de medidas de segurança.

A geóloga também fez um alerta aos condutores de visitantes. “Recomendamos que, em tempos chuvosos, redobrem a atenção ao conduzir com grupos nas trilhas. É importante evitar caminhar próximo às encostas.”.

O protocolo de monitoramento e manejo do risco geológico em Fernando de Noronha foi criado após três anos de análises e observações. Ele levou em conta o comportamento das rochas diante das variações climáticas extremas da ilha — períodos intensos de seca seguidos por chuvas fortes.

“Com base na interpretação dos dados, criamos um cronograma de monitoramento e implementamos medidas preventivas”, afirma a geóloga. Entre essas medidas está a interdição de atrativos após o registro de 50 mm de chuva acumulada em 24 horas. Joana destaca que Noronha é referência no país nesse tipo de ação. “Fernando de Noronha é um dos únicos lugares do Brasil com um protocolo definido para riscos geológicos. É um trabalho fundamental para garantir a segurança em áreas de visitação turística", concluiu Sanchez.

Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha

e Isadora Aires - voluntária comunicação ICMBio Noronha