38 tubarões foram marcados durante expedição do projeto Tubarões e Raias
Foto: Giselle Vasconcelos
Em uma expedição realizada, em julho, nas Unidades de Conservação Federais de Fernando de Noronha, o Projeto Tubarões e Raias marcou 38 tubarões com tecnologia de rastreamento avançada. O objetivo central do projeto foi instalar rastreadores via satélite, transmissores acústicos nos tubarões e receptores acústicos ao redor da ilha, permitindo um monitoramento detalhado e em tempo real do comportamento desses animais marinhos.
A coordenadora do Projeto Tubarões e Raias e pós-doutoranda do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo (USP), Bianca Ranchel, explicou que a instalação desses equipamentos é crucial para entender melhor o comportamento dos tubarões. "Além de rastrear o movimento, vamos entender o motivo que os tubarões utilizam determinadas regiões da ilha", afirmou.
Durante a expedição, foram instalados dois tipos de rastreadores: satélite e acústico. O transmissor via satélite foi colocado em oito tubarões. "À medida que esses animais nadam até a superfície, eles enviam um sinal que conseguimos acompanhar em tempo real", explicou Bianca.
Foto: Luiza Ramos
Além disso, 19 receptores acústicos foram instalados. Esses dispositivos submersos ao redor da ilha captam uma frequência emitida pelos receptores colocados nos tubarões e registram informações sobre localização, hora e temperatura da água sempre que um tubarão passa por um receptor.
Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue para análises fisiológicas, que serão usadas na pesquisa de doutorado da bióloga Raquel Ubambo, vinculada à King Abdullah University of Science and Technology, na Arábia Saudita. "O foco do doutorado é entender como o comportamento dos tubarões-tigre se relaciona com os dados fisiológicos. Queremos descobrir o que influencia as decisões desses tubarões aqui no arquipélago."
Embora o foco principal fosse o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), foram registrados dados e coletadas amostras de outras espécies, incluindo:
• 22 tubarões-tigre
• 8 tubarões-bico-fino (Carcharhinus perezi)
• 6 tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum)
• 1 tubarão-martelo-panã (Sphyrna mokarran)
• 1 tubarão-galhudo (Carcharhinus plumbeus)
Um relatório com todas as informações foi disponibilizado. Acesse aqui.
Luiza Ramos - voluntária comunicação ICMBio Noronha
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