Pesquisadores registraram espécies raramente avistadas e apontam a falta de estudos para este grupo de aves
Artigo enviado por Lucas Penna
Foto: Lucas Penna
Integrantes da equipe do ICMBio Noronha, junto com colaboradores, publicaram recentemente dois estudos registrando aves oceânicas para os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo.
São chamadas de aves oceânicas, aquelas que vivem a maior parte da sua vida em alto mar, muitas vezes retornando para o ambiente terrestre apenas para fazer os seus ninhos. Essas espécies pertencem, principalmente, ao grupo chamado Procellariiformes, que abrangem os albatrozes e petreis.
Foto: Lucas Penna
Os estudos publicados nas revistas Seabird e Check List destacaram os registros de aves migratórias, as quais não eram avistadas há muito tempo nestas ilhas oceânicas. As observações incluíram as espécies:
• Painho-de-barriga-preta (Fregetta tropica): segundo registro em Fernando de Noronha, depois de um século sem avistamentos;
• Pardela-escura (Ardenna grisea): segundo registro para Fernando de Noronha, desde 1995;
• Pardela-de-asa-larga (Puffinus lherminieri): espécie que nidifica em Fernando de Noronha, porém registrada pela última vez apenas em 2008;
• Painho-de-cauda-furcada (Hydrobates leucorhous): terceiro registro em Fernando de Noronha, desde 1999, e o segundo para São Pedro e São Paulo, desde 2016.
Foto: Danielle Viana
A ciência cidadã também foi utilizada como ferramenta para ajudar a detectar esses registros. Existem poucos observadores e pesquisadores realizando atividades com o foco na detecção dessas aves nas regiões oceânicas e, por isso, cada registro pode se tornar relevante.
É esperado ter mais detecções destas espécies, já que estudos anteriores mostram o deslocamento de indivíduos próximos dessas regiões, durante a migração ou dispersão.
Conciliar a observação de aves com atividades embarcadas, como os passeios turísticos e a pesca, pode ser muito útil para acrescentar novas informações sobre esse grupo.
Todos podem ajudar nesses registros, fotografando e divulgando em sites como o Wiki Aves, eBird ou o iNaturalist.
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