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ICMBio retoma contagem de gatos no Parque Nacional Marinho

Os felinos são exóticos à ilha e se alimentam de aves marinhas, como o rabo-de-junco, além de espécies nativas e endêmicas como a mabuya, o sebito e a cocuruta.


Foto: Bruna Roveri

O ICMBio Noronha está fazendo uma nova contagem populacional de gatos no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Os gatos domésticos, introduzidos na Ilha pelo homem, causam interferência ao ambiente insular e podem até adquirir hábitos ferais, adaptando-se à vida selvagem e causando mais danos à fauna e flora nativas.


Desde o primeiro dia de março os monitores ambientais que percorrem as trilhas do Parque (Capim-Açu, Caracas, Air France, Alagados da Raquel, Atalaia, Caieira e Sancho) estão atentos à presença desses animais, anotando as características dos indivíduos encontrados e o local onde foram vistos. Posteriormente, haverá também a contagem noturna, nos mesmos pontos.


O veterinário Filipe Sobral, voluntário do ICMBio e responsável pela atividade, explica que a contagem faz parte do Plano de Manejo de Gatos em Fernando de Noronha: "Esse monitoramento precisa ser contínuo e vai nos dar uma noção se essa população está diminuindo, aumentando, ou se mantém. Consequentemente saberemos se os esforços de captura estão surtindo efeito ou se é preciso ajustar a estratégia."


Os dados anteriores ao Plano de Manejo dos Gatos revelaram um aumento da população felina entre as duas contagens feitas: em 2015 o pesquisador Ricardo Dias, da Universidade de São Paulo – USP, estimou que havia 311 gatos; já em 2018, Filipe Sobral, em seu trabalho de mestrado, chegou ao número de 439 animais (o que representa um aumento de 41% da população).


Da última contagem até hoje, após a implantação do Plano de Manejo dos Gatos em Fernando de Noronha (em 2018), o foco tem sido o trabalho contínuo de captura, esterilização e devolução dos gatos. A atividade é realizada em toda a ilha pelo ICMBio em parceria com a Administração Distrital. A campanha permanente recebe também o apoio de voluntários do projeto Pet Noronha e da ONG Ampara Animal. O resultado até agora foi a esterilização de quase 1.500 animais, evitando novas ninhadas e contribuindo para o controle populacional dos gatos.

Outra ação importante no manejo da população de felinos e outros animais exóticos à Ilha foi a publicação do Decreto Distrital 007/2022, que proíbe a entrada e importação de animais domésticos (cães e gatos) e exóticos à Ilha, de qualquer procedência, exceto em casos pontuais já listados no decreto e sob rigoroso regramento.


Os felinos são exóticos à ilha e se alimentam de aves marinhas, como o rabo-de-junco, além de espécies nativas e endêmicas como a mabuya, o sebito e a cocuruta.


A presença de animais exóticos em ambientes insulares representa uma ameaça aos delicados ecossistemas, e à espécies endêmicas (que só existem em determinado local), e que por serem populações reduzidas e isoladas já se classificam entre as ameaçadas de extinção.




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